Ocorre na tarde de 22 de abril de 1500, quando a esquadra de dez naus e três caravelas, comandada pelo navegador português Pedro Álvares Cabral, atinge o litoral sul da Bahia, 44 dias depois de ter saído de Portugal. O desembarque acontece apenas no dia seguinte e, em 26 de abril, é celebrada a primeira missa no Brasil. No dia 1º de maio, com a celebração da segunda missa diante de uma grande cruz de madeira marcada com o brasão real, Cabral oficializa a posse da nova terra e, no dia 2, segue viagem para as Índias.
Casualidade – Não há, até agora, total conhecimento das circunstâncias do descobrimento do Brasil pelos portugueses em 1500. Está descartada, porém, a hipótese da casualidade, segundo a qual a frota de Cabral teria se afastado de sua rota e, involuntariamente, encontrado a costa brasileira. Desde o início do século XV, Portugal envia expedições para o Atlântico Sul e seus navegadores conheciam bem os sentidos e direções das correntes marítimas entre os continentes africano e americano. Sabiam da existência da corrente descendente (Canárias), que permite a navegação costeira pelo continente africano até o Golfo da Guiné, e da corrente ascendente (Benguela), que inverte o sentido das embarcações. Para atingirem o sul da África, navegadores portugueses afastavam-se da costa, evitando ventos e correntes ascendentes, e corrigiam a rota empurrados pela corrente descendente chamada Corrente do Brasil, que passa pelo Nordeste brasileiro e atinge o sul do continente africano.
Intencionalidade – Permanecem dúvidas quanto aos antecedentes da descoberta e aos verdadeiros objetivos da expedição de Cabral. Mas Portugal sabia da existência de terras a ocidente desde 1492, quando Cristóvão Colombo chega à América, e trata de garantir parte das terras através do Tratado de Tordesilhas, de 1494. Tem informações das expedições espanholas posteriores, algumas das quais teriam costeado o atual Nordeste brasileiro. E, imediatamente após o retorno de Vasco da Gama das Índias, em 1499, manda em segredo o cosmógrafo e navegante Duarte Pacheco Pereira refazer a sua rota e explorar a “quarta parte”, o quadrante oeste do Atlântico Sul. O mesmo Duarte Pacheco Pereira toma parte na expedição de Cabral em 1500, cuja finalidade provável é, além de dar prosseguimento às operações comerciais nas Índias, confirmar as explorações e tomar posse pública e oficialmente das novas terras. Portugal procura despistar possíveis concorrentes e esconder o conhecimento anterior da terra e a intenção de posse, evitando hastear o tradicional brasão real de pedra nas caravelas que compõem a frota de Cabral.
O Descobrimento do Brasil é um momento importante do processo de expansão marítima e comercial portuguesa nos séculos XV e XVI. Buscando alargar seus limites de atuação política e comercial, Portugal volta-se para o Atlântico, explorando inicialmente ilhas próximas e a costa africana. Com o apoio da burguesia mercantil e da nobreza cruzadista, o Estado desenvolve uma poderosa estrutura de navegação – concretizada na Escola de Sagres do Infante Dom Henrique – para trazer da África ouro, marfim e escravos e, das Índias, o cravo, a canela e a pimenta, as famosas e rendosas especiarias. A disputa dos reinos europeus pelas terras do continente americano, inserida na expansão do capitalismo comercial, começa com Portugal e Espanha na vanguarda, e impulsiona o descobrimento e a colonização do Novo Mundo.
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